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O machismo dos filmes eróticos

Foto: Stephanie Marques

É normal ouvir uma mulher dizer que filmes eróticos são nojentos, mas também é normal que muitas delas se sintam envergonhadas de procurar por filmes do gênero. Ou simplesmente não sinta nenhum tipo de excitação enquanto assiste aos conteúdos encontrados nos filmes pornográficos. Vivemos em uma sociedade machista onde o pornô é feito para saciar o imaginário masculino. Até mesmo os filmes gays e lésbicos são feitos para o fetiche do homem. Filmes que na maioria das vezes tudo que importa é o prazer masculino durante o ato sexual, sem se preocupar em explorar o desejo feminino em cena. 

Não tem uma história ou um enredo com começo, meio e fim. Desde o início é tudo sobre a exposição do corpo da mulher, e quando eu digo o corpo, falo das partes íntimas. Não existe apreciação do corpo como um todo em outros ângulos ou até mesmo do rosto.
Não falo como uma feminista antipornografia, mas sim, como uma mulher que cresceu ouvindo da mãe que filmes eróticos são para mulheres sem respeito, e que mulheres que se masturbam são 'vadias' e coisas do tipo. O quão frustrante é isso? A mulher tem sim direito de sentir prazer, de fantasiar ao assistir um filme, de explorar o corpo dela, de entender que ela foi feita para ser valorizada e não somente um objeto de prazer masculino. 

A mulher precisa estar ciente de que, ela não é obrigada a gostar que um cara goze no rosto dela, assim como mostra em todos os filmes ou vídeos pornos. Mas também precisa entender que está tudo bem gostar disso, que vai do prazer pessoal de cada um.
Milhares de adolescentes são educados pelo porno de fácil acesso na internet, não conversar sobre isso dentro de casa é estar permitindo que os jovens se desenvolvam baseado nos conteúdos que encontram por aí. Geralmente esses filmes expostos na internet estabelece um padrão de beleza artificial, no qual influencia na maneira como os homens enxergam as mulheres e que passa a ideia de que a mulher é obrigada a ceder a todas vontades masculinas sendo apenas um corpo sem direito ao orgasmo e a valorização. 

Mulheres reais sem superficialismo, situações reais, exploração do prazer de ambos os lados; essas coisas contribuiria para uma melhoria na educação sexual dos jovens que buscam por isso na internet, assim como fez Erika Lust.

Erika Lust é uma sueca que resolveu investir na industria de filmes pornograficos voltado para a mulher. Quando jovem, Erika procurava por imagens eróticas na internet porque queria se auto descobrir, mas relata que na maioria das vezes tudo que encontrava a deixava frustrada por serem coisas desagradáveis e machistas. 

Acredito que não somente jovens que estão tentando conhecer seu próprio corpo, mas também mulheres mais maduras se sentem da mesma forma que Erika na adolescência. Se todo conteúdo erótico fosse feito pensando não somente nos homens, mas também nas mulheres que consomem, teríamos uma indústria porno menos machista e escrota. Afinal, todo ser humano seja homem ou mulher tem direito ao prazer.

Um comentário:

  1. Parabéns! Precisamos mesmo contribuir com nossos conhecimentos, ( e quando digo conhecimentos, quero dizer estudos) para acabarmos de vez, com toda tentativa ou imposição do machismo! Homens, mulheres, pessoas... temos os mesmos direitos e deveres!

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