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Caos no transporte público de São Paulo

Foto: Marcos Paulo Dias/Flickr
Que o trânsito de São Paulo é extremamente caótico, já não é novidade para ninguém. Nem mesmo a piora constante dele ao longo dos anos é algo fora do comum aos paulistanos. Porém, o quão pior isto está se tornando? É preciso analisar com calma quais são os fatores que geram essa baderna e as soluções viáveis para se resolvê-la. Chuvas e alagamentos, fazem parte do problema, mas num dia quente e seco o horário de pico prova que este não é o maior problema de transporte da capital paulista.

Ao pisar em São Paulo, a primeira coisa que as pessoas notam é a quantidade enorme de pessoas transitando nela. Nos carros, nas calçadas, em ônibus ou metrôs, a capital é abarrotada em tempo integral. Além dos 12 milhões de habitantes, outros 9 milhões moram na Região Metropolitana e por vez ou outra vão resolver seus assuntos por lá. Sem levar em conta quem está a passeio, apenas para trabalhar ou estudar, são quase 2 milhões que saem de suas cidades e entram em São Paulo todos os dias (IBGE, 2015).

É óbvio que a cidade mais importante do país atraia negócios, oportunidades e pessoas, contudo, não tão fácil de se entender é a falta de estrutura para recebê-los. A falta de investimento em transporte público acaba por incentivar o cidadão a comprar cada vez mais carros. Em maio de 2015, o Detran-SP, registrou históricos 8 milhões de veículos. Mais agravante ainda é saber que pelo menos a metade desse número circula pelas ruas da metrópole.

No quesito qualidade do transporte coletivo, a população já está cansada de reclamar. Entre os ônibus municipais, intermunicipais e trens do Metrô e da CPTM boa parte está ultrapassada ou está sendo sucateada. Os funcionários das companhias alertam sobre a falta peças de manutenção, com isso carros e composições antigos demais para trafegar quebram todos os dias e deixam os passageiros na mão. Entretanto, o Estado e o Município não repassam a verba necessária para resolver essa situação.

A desculpa padronizada da vez é crise financeira país, porém, em contrapartida, apenas a SPTrans, administradora dos ônibus da capital repassou mais de 2 bilhões de reais ao Governo estadual no ano passado (G1, outubro/2016). Esse motivo é alegado, inclusive, a respeito do atraso das obras de expansão do Metrô. Em operação desde 1974, o Metropolitano de São Paulo cresce a passos minúsculos, desde seus primórdios até as duas décadas de hegemonia tucana de Covas, Alckmin e Serra como governadores.

No governo atual de Geraldo Alckmin, todas as obras de expansão estão atrasadas ou paralisadas, todas elas vendidas como promessa de campanha em 2010 (Folha de S. Paulo, março/2017). Muito antes da crise, o plano original constava que tais obras estariam prontas até a Copa de 2014, e claramente não foi alcançado. Esse ano, a empresa responsável pela obra da Linha 6-Laranja, por exemplo, disse que por dificuldades financeiras não está conseguindo empréstimos necessários. Uma nova licitação será realizada, e novamente o povo senta e espera a sua vez.

Como disse o consultor Alberto Figueira, e já é consenso geral, a solução para São Paulo é o investimento maciço em transporte público de qualidade. Os tempos de Maluf, com suas pontes, túneis e avenidas passou, hoje em dia não funciona mais. É impossível expandir ainda mais o espaço dos carros na cidade. Precisamos de mais corredores de ônibus, mais linhas metroviárias, VLTs e outras alternativas do futuro de fato andarmos pela cidade, em vez de ficarmos parados no meio do caminho. O carro, como o conhecemos, já é um idoso mais do que centenário, já passou da hora de focarmos em soluções melhores.

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